Descompassado, cruzo o espaço de teu tempo
Destemperado, forjo o tempo em teu espaço.
A noite cria formas, ao relento,
Descortinando anseios, que refaço.
A madureza desce e ao fruto tendo
Em tudo o que passei, a cada passo,
Desenterrando a messe, no seu tempo,
Num tempo que se mede sem espaço.
Mormaço. Feito d’aço. Sempre escasso.
Não descobri, não desvendei e nem desvendo.
Silencio de ti mesmo, em toque lasso.
Aquele mesmo toque, cor do vento,
Que não venta e cobra todo o espaço,
Quando a verdade eterna faz o tempo.
(Soneto das doze e das dez sílabas, Ives Gandra da Silva Martins)
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