segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
A preparação para a Copa
A celebração esportiva de uma Copa do Mundo de Futebol, assim como a realização quadrienal das Olimpíadas, são momentos especiais que alteram a rotina das pessoas e colocam no centro das atenções todo o aparato e filosofia de transformação de que o esporte é capaz. Especialmente durante a realização dos eventos, as pessoas comuns têm a oportunidade de compartilhar expectativas, conhecimentos, experiências, alegrias e frustrações, que renovam a esperança de entendimento entre os povos e de uma convivência pacífica, onde a vitória ainda pode ser motivo de confraternização.
Ao anunciar que o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014, a Fifa abriu as portas para o resgate de uma das mais caras tradições brasileiras, a paixão pelo futebol e o envolvimento da massa de torcedores que vê na bola rolando e no grito de gol o lenitivo para as agruras da vida e a compensação pelas dificuldades enfrentadas no cotidiano. A plástica do esporte e a sua divulgação massiva fizeram com que o esporte das multidões consagrasse grandes nomes e clubes, ainda que o brilho esteja mais além das fronteiras do que dentro dos campos próximos. A Copa do Mundo, que normalmente paralisa o País em dias de jogos, poderá trazer de volta o carinho e identificação próprios de um esporte onde a torcida costuma ser fator importante para os resultados.
Não poderiam faltar críticos da escolha, sob suspeita da capacidade de organizar evento de tal porte e até pelo aproveitamento político do evento. Também não se pode supor que o Brasil seja muito pior que tantas outras possibilidades. O estigma de violência e corrupção encontra paralelos em vários outros países, havendo quem temesse a escolha da Alemanha para o evento passado. Com a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, o Brasil sinalizou com relativa competência para ser a sede provisória dos esportes mundiais. Não faltam empresas e profissionais competentes para fazer a parte da organização, planejamento, execução e administração. É de se temer apenas a excessiva ingerência política, para a qual estarão reservadas sinceras vaias.
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