sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
A questão da água
O imaginário popular tem o Brasil como um país rico em mananciais, com recursos hídricos invejavelmente distribuídos na maior parte de seu território, com amplas possibilidades de exploração e destinação. Como uma fonte inesgotável de energia e abastecimento, as possibilidades de desenvolvimento seriam enormes e o pretendido salto para o futuro apenas não se deu por falta de oportunidades concretas de alçar vôos em direção ao Primeiro Mundo. Da terra onde “em se plantando, tudo dá” à realidade de quinhentos anos depois, existe a premente necessidade de implementar o conceito de sustentabilidade que já expõe carências jamais imaginadas antes.
A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais é uma constante, a exigir políticas públicas e campanhas educativas para disciplinar o uso consciente e a busca constante da racionalização no consumo de água. São alarmantes os indicadores que apontam para o esvaziamento dos mananciais, que diminuem na proporção indireta em que aumento o consumo pela expansão industrial e pelo adensamento demográfico. Há vários esforços no sentido de tornar pública a responsabilidade sobre o uso e reuso de água, além de fatores coercitivos para os abusos, como a cobrança e multas contra o desperdício.
O uso racional da água absorve hoje tecnologia de ponta para o controle de perdas e do desperdício. O próprio reuso é questão de domínio e as empresas têm consciência do custo crescente da matéria-prima. Mas o limites já se apresentam e o próprio desenvolvimento regional pode ser drasticamente abalado se não se adotarem medidas de revalidação dos acordos da outorga do Sistema Cantareira, eliminando a dependência do regime de chuvas e do nível de reservatórios.
O problema ainda não atingiu diretamente o consumidor particular. As medidas de administração e contenção têm feito o sistema perdurar, sem a necessidade de cortes drásticos de fornecimento. A conscientização e a redução do consumo são óbvias etapas a serem cumpridas com urgência, para o que as novas gerações parecem estar razoavelmente preparadas e alertadas. Mas se não houver um esforço unificado em todos os níveis, o pesadelo da falta de água pode incomodar muito antes do que previam os mais pessimistas.
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