Nietzsche não punha uma gota de álcool na boca. Não tanto pelos malefícios que a bebida pode causar ao homem, mas pelos “benefícios”. O que ele condenava era a fuga dos problemas e dificuldades através do beber para, ainda que momentaneamente, se livrar do sofrimento.Ele afirmou ainda que o cristianismo tem a mesma função das bebidas alcoólicas no enfrentamento de problemas. E o problema é que em parte Nietzsche tem razão! Para muitas pessoas é uma fuga o ir ao culto, às reuniões de oração, o ser cristão enfim. Uma senhora uma vez me falou que gosta de ir à Igreja porque pelo menos enquanto ela está lá esquece dos problemas que tem em casa.
Nietzsche, como Gandi, confundiu a vida falha dos cristãos com o próprio cristianismo. Veja o que ele escreveu:“O homem procura um princípio em nome do qual possa desprezar o homem. Inventa outro mundo para poder caluniar e sujar este; de fato só capta o nada e faz desse nada um Deus, uma verdade, chamados a julgar e condenar esta existência”.
E ainda:
“Deus está morto: mas, considerando o estado em que se encontra a espécie humana, talvez ainda por um milênio existirão grutas em que se mostrará a sua sombra”.
Cristianismo verdadeiro é o que Jesus viveu e que devemos imitar.
Ele, Nietzsche, acreditava que o sofrimento pode ser uma coisa boa para o homem. “O que não me mata me fortalece”. Não o sofrer em si, o qual nunca deixa de ser ruim, mas sim o modo como vemos e encaramos o sofrimento. Nisso ele está certo. Veja esse versículo:“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)
Notar que, o que a Bíblia afirma é que as coisas ruins “cooperam” para o bem, e não que elas são um bem.
Se você não está sofrendo por um problema, uma doença, uma perda ou qualquer outra aflição, com certeza vai sofrer. O importante é pensar em como vai sair dessa, melhor ou pior? Um dos ladrões se saiu bem na cruz, o outro não.
Um comentário:
Já uma psicóloga, na minha opinião, muito ética e profissional séria e competente, certa vez, ao notar que eu buscava ajuda nas entrelinhas de conversa fiada durante um churrasco, me ensinou que quando se sentia estressada, angustiada ante aborrecimentos, como notícias negativas, desligava-se do mundo, desligava a TV, não lia jornais. Lia gibís e piadas. Nietzsche, em seu dilema existencialista, aprenderia muito se a ouvisse.
Postar um comentário