A humanidade está sendo duramente confrontada com a sua responsabilidade ambiental. Os séculos de exploração predatória, sem preocupação com a compensação das perdas, mudaram substancialmente o equilíbrio natural, levando a consequências sérias que somente agora começam a ser contabilizadas, suscitando movimentos em defesa da natureza e introduzindo o conceito já globalizado de sustentabilidade. As novas gerações crescem com a consciência ambientalista forjada na necessidade de ações em defesa do planeta, não dispensando políticas preservacionistas e consistentes.
Todas as ações são bem-vindas em todos os níveis, desde o compromisso corporativo de desenvolver meios de produção cada vez mais limpos, passando pelos limites impostos à exploração dos recursos naturais, chegando mesmo à motivação educativa desenvolvida nas comunidades. Chamados à colaboração, os cidadãos devem sempre mostrar-se prontos a cobrar políticas públicas, legislação compensatória e demostrar seu alinhamento com objetivos de harmonização com a natureza.
Algumas iniciativas tem o dom de desenvolver uma melhor percepção da realidade, ainda que os efeitos concretos sejam medidos apenas pela elevação do grau de consciência dos cidadãos. O Dia sem Carro é tipicamente um evento de importante simbolismo, praticamente uma performance que leva as pessoas a refletirem sobre os meios de transporte, tão práticos e indispensáveis quanto perniciosos ao meio ambiente pela emissão de poluentes em escalas quase insuportáveis. Há décadas a indústria de veículos tem caminhado na trilha da redução drástica da poluição pela queima de combustíveis fósseis, seja pela introdução de materiais alternativos como o etanol ou pela implementação de controles determinados pelos sucessivos protocolos aceitos por todas as nações.
A campanha que sugere que as pessoas deixem de lado seu veículo particular por um dia é um elevado estímulo a que todos pensem nas alternativas de locomoção, nas opções de transporte coletivo, desafogando as ruas, reduzindo o estresse do trânsito engarrafado e fazendo a sua parte na diminuição da poluição ambiental. A iniciativa é saudável e contribui para disseminar a necessidade de se equacionar o setor que é responsável em grande parte pela degradação do ar.
É importante que este esforço de conscientização venha acompanhado de políticas públicas facilitadoras. O cidadão que abandonar seu carro por um dia pode ter o dissabor de constatar que o trajeto de sua casa ao trabalho pode se tornar um grande problema se depender do transporte coletivo, onde falta a oferta de um serviço de alta qualidade, limpo, melhor organizado, com mais opções e econômico. Neste ponto, entram como prioridade os investimentos na ordenação urbana, na estruturação do sistema existente, obras viárias e a implantação de novos e modernos meios de transporte como o Veículo Leve sobre Pneus (VLP), entre outros cogitados para a Região Metropolitana de Campinas (RMC).
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