O comportamento das pessoas muda ao sabor das novidades, dos avanços da comunicação, das referências individuais e grupais, exigindo constante adaptação às novas linguagens e modismos, em evolução de sentidos, exigências para a convivência, cobranças sociais e profissionais. Os problemas são superados a partir da estrutura familiar, a formação escolar acadêmica e social, a vida comunitária e o desenvolvimento de aptidões adultas de trabalho e realização.
Os adolescentes têm uma característica especial de comportamento, reflexo de seu caminho para a autoafirmação e maturidade, nem sempre cumprido com serenidade e coerência, desafiando pais e educadores com atitudes de quase bipolaridade. No mais das vezes, os resultados são normais e o ciclo da vida segue o seu curso. Em alguns casos, exigem dura intervenção para que os jovens não se percam em sua própria contradição.
Nos tempos mais modernos, o comportamento adolescente têm suscitado graves preocupações. O uso abusivo de drogas e o comportamento rebelde da maioria dos jovens definem um quadro cultural muito claro, onde o compromisso moral, o cuidado com o corpo e a mente são detalhes deixados ao largo, dando lugar a baladas constantes, uso da violência como forma de expressão, da incivilidade como padrão.
Duas reportagens recentes do Correio Popular mostram um recorte da realidade vivida por muitas crianças e adolescentes, geralmente à margem da percepção dos pais, reflexo de uma cultura de violência cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas. O uso de cocaína e crack por crianças mostra o quanto a cultura das drogas está presente na rotina da sociedade, surpreendida por um padrão assustador. E a venda indiscriminada de jogos que exaltam atos de sexo e violência como diversão mostra o lado mais perverso da edicação que os adolescentes têm recebido.
O perfil desta geração, refletido no consumo exacerbado e cada vez mais cedo de drogas pesadas, mostra ainda a falta de respeito em salas de aula, depredação de bens públicos, mudança de hábitos de higiene e até do trato pessoal com os que lhes cercam. Muitos dos valores se perderam no caminho e o jovem segue a sua trilha natural de desorientação. Neste momento em que a única certeza é o desgaste da sociedade, a educação assume valor imprescindível, nas escolas, igrejas e grupos que privilegiem o senso de respeito ao próximo e cidadania, trabalhando junto com a família no resgate de valores naturais e impondo limites que respeitem a liberdade individual mas fechem as portas aos desafios de perigo do futuro.
(Correio Popular, 19/4)
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