A força com que a gripe suína assolou o mundo, surpreendendo as pessoas pela sua gravidade e alto índice de mortandade, fez com que as pessoas passassem a avaliar comportamentos e rotinas com atenção, dedicando-se a cuidados essenciais para se manterem longe dos focos de risco de contaminação. Como toda doença que se alastra em larga escala, a pandemia despertou em todo o globo ações educativas e preventivas, além de colocar em estado de alerta todos os serviços públicos de saúde.
Os primeiros efeitos da gripe foram devastadoramente pessimistas, disseminando pânico e correria às compras de material de higiene. Em todo o País, foram contabilizadas 488 mortes, o segundo maior número de vítimas fatais em todo o mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que registraram 522 mortes. Em Campinas, até o início desta semana, já havia 173 ocorrências, com 12 mortes decorrentes confirmadas, além dos casos em investigação. São número mais que eloquentes para que todas as pessoas fiquem alertas e procurem todos os meios disponíveis de proteção.
Como toda pandemia, os cuidados maiores devem se concentrar na prevenção, espalhando informações elementares sobre as formas de contágio, os meios de isolamento, o tratamento possível e os canais de consulta e diagnóstico, criando barreiras que evitem a proliferação descontrolada do vírus mortal. Surpreende que muitas das providências básicas sejam justamente procedimentos simples de higiene pessoal e do ambiente. Manter o espaço de trabalho, os cômodos de casa e áreas de uso coletivo em absoluta limpeza é o primeiro e eficiente passo para descartar alta porcentagem de contágio.
Reportagem do Correio Popular de ontem mostra que nem sempre a agilidade esperada em situações emergenciais pode ser conferida em algumas repartições públicas, onde não foram encontrados materiais de divulgação, cartazes, material de higiene pessoal ou trabalho de orientação. A amostragem comprovou o quanto a máquina administrativa e burocrática do Estado pode se mostrar lenta demais, deixando a população à mercê de informações escassas. Na agência central do INSS de Campinas, uma situação emblemática: não havia cartazes explicativos, os dispensers com álcool gel e máscaras cirúrgicas foram adquiridos mas não chegaram, o material de limpeza e higiene dos banheiros é reposto, mas a gerência informa que as frequentes depredações e roubos levam a faltar sabão e toalhas de papel.
A situação mostra o quanto o Estado é inadimplente em questões simples de saúde, corroborado pelo comportamento condenável de parcela da população que não se dá conta de que, apenas com cidadania e higiene, poderia varrer as ameaças de doenças tão facilmente controláveis.
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