De tempos em tempos, as pessoas são surpreendidas com notícias de novos surtos de doenças até então ignoradas, expondo a fragilidade dos sistemas de saúde e a absoluta vulnerabilidade da sociedade, colocada diante da fria realidade da falta de medicamentos específicos, a ignorância a respeito dos métodos preventivos mais elementares, além de condições de segurança sanitária abaixo da crítica. Em tempos em que a medicina atinge níveis extraordinários de excelência e evolução, enfrentando com ciência os desafios da sobrevivência humana, grande parte da população ainda vive sob ameaça de doenças como a dengue, diarréia, gripes, muitas vezes desenvolvidas por falta de cuidados elementares de higiene.
A gripe suína chegou ao mundo disseminando uma grande preocupação entre as pessoas, assustadas com os relatos das mortes, instalando um clima de pânico e levando a algumas ações precipitadas que mostram evidentes exageros decorrentes da falta de informação ou de preparo das pessoas envolvidas. A contaminação pelo vírus influenza A (H1N1) ocupa todos os noticiários e as conversas, tornando-se o grande assunto da temporada. O aumento do número de casos em progressão geométrica coloca a população sobressaltada e interessada em aplicar, com a maior urgência, todas as recomendações preventivas.
É preciso que a informação seja disseminada maciçamente, além do poder de propagação da mídia, através de ações concretas dos serviços de saúde. É temerário imaginar que o controle da gripe suína dependa muito de precauções relativamente simples, mas que a maior parte da população não atinou para o grau de importância. Como no caso da dengue, em que a simples e corriqueira eliminação dos criadouros do mosquito transmissor seria suficiente para evitar a propagação da doença, a gripe suína também pode ser minimizada a partir do aumento dos cuidados com higiene pessoal e evitar situações de risco.
A abordagem maciça e tensa do assunto tem provocado algumas reações exacerbadas por parte de alguns, em atitudes que beiram a paranoia coletiva. As reações agressivas contra que tosse ou espirra em ambiente público quase criminalizam quem se mostra afetado, ainda que por um simples resfriado ou alergia. O uso de protetores como álcool para limpar as mãos é recomendado em muitas situações – especialmente quem vive em ambientes públicos – mas não deve ser aplicado obsessivamente. E certamente o uso de máscaras durante jogo de futebol em estádio aberto pode ser considerado um exagero.
O importante para combater a gripe suína é que seja intensificado o trabalho de informação da população, que o sistema público de saúde esteja apto para receber e diagnosticar os casos existentes e que os medicamentos e tratamentos estejam acessíveis a todos. Evitando aglomerações desnecessárias ainda é a melhor forma de prevenção que se pode adotar diante de um momento de risco como este.
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