Certa vez um repórter perguntou a George Harrison se ele acreditava que uma banda de sucesso na época poderia ser considerada como "os novos Beatles". O guitarrista disse que, se depois de 30 anos, ainda estivessem falando deles, talvez fosse possível uma comparação. A verdade é que os rapazes de Liverpool, mesmo depois de 40 anos do último acorde que tocaram juntos, conseguem ser uma unanimidade. Sua obra é única e poucos artistas modernos alcançaram o panteão de reconhecimento dos quatro.
O lançamento de mais material sobre a banda joga uma sombra de golpe de marketing sobre o mitológico grupo. Mas ainda é mais do que isto. Para os órfãos da beatlemania, qualquer material, qualquer som ou informação sobre o inesquecível trabalho desenvolvido naqueles poucos anos é um presente, uma compensação por tantos desejos sublimados e tantas canções que deixaram de ser feitas e tocadas.
Para os novos, oportunidade excepcional para descobrir a fundo por que tanta gente ainda fala dos Beatles até hoje. Para os contemporâneos daquela época maluca, a possibilidade de rever os trabalhos dos rapazes de Liverpool em edições remasterizadas – e, o mais importante, nas gravações originais em mono – é uma viagem ao passado, a nostalgia de viver um tempo distante e paradoxalmente tão atual. Enquanto a novidade não chega, é hora de baixar aqueles velhos vinis da prateleira, ligar o toca-discos, preparar um cuba libre e enrolar o tapete da sala.
Um comentário:
Parabéns, beatlemaníaco Rui.
Li ontem o seu box na reportagem impecável do Bruno Ribeiro.
Também adoro The Beatles.
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