As relações externas de cada país definem as suas intenções de inserção no mundo, abrindo ou cerrando portas econômicas, culturais, mercantis, e definindo os caminhos a serem percorridos pelo diálogo diplomático que pavimenta os erros e acertos políticos. Com o mundo em constante processo de transformação, de novos parâmetros para o arbitramento de questões globais, avançam as nações capazes de instituir a sua soberania de acordo com as regras aceitas pela sociedade, interagindo no sentido de desenvolvimento e atendimento das expectativas nacionais.
Em meio a desacertos e a total insipiência das investidas da neodiplomacia petista, o País logrou manter-se na estabilidade ao tempo em que o discurso se distanciava da prática, onde prevaleceu o espírito realista dos interesses econômicos e a necessidade intrínseca de se relacionar com o economia ascendente. O recente encontro entre o presidente Lula e Barack Obama veio cercado de simbolismos que confirmam a locação do Brasil em estado de relevância no panorama mundial. Ao se aproximar do presidente norte-americano apenas depois de Canadá, México, Japão e Reino Unido, o Brasil confirma primazia entre os latinos e sinaliza um novo tempo nas relações com o hemisfério Norte.
O discurso direto e franco de Obama não surpreende. Ao estabelecer um canal de diálogo com Lula, o presidente americano não tergiversou e foi claro nas suas colocações a respeito do etanol e da política de subsídios. Mas deixou as portas abertas para discutir a crise internacional, cuja solução está em suas próprias mãos, mais que na cooperação dos países emergentes. Uma oportunidade de demonstração de maturidade política e inserção em um mundo civilizado de quem realmente decide.
Enquanto isto, os folclóricos Chávez e Morales se esborracham em manifestações anti-imperialistas, em investidas contra a ordem econômica, intervenções ditatoriais, enquanto seus países sofrem as mazelas da queda da sustentação pelo petróleo e joga seus cidadãos no abismo do populismo irresponsável. Negando aval para a ingerência brasileira na geopolítica latina, seus países afundam no discurso setentista do isolamento, sob o aplauso de companheiros partidários de uma indefinida revolução bolivariana desenhada com tintas de absolutismo e totalitarismo.
(Correio Popular, 18/3)
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