O compromisso com o equilíbrio ambiental deve estar presente em todas as atividades, individuais, corporativas ou institucionais, em conjunto de esforços que garanta a sustentabilidade dos sistemas e contribua definitivamente para a recuperação do enorme passivo ambiental que se acumulou por séculos de atraso e ignorância. O mundo sofre hoje os efeitos negativos de ações inescrupulosas do passado, quando não se deu o devido crédito aos apelos conservacionistas em detrimento do crescimento acelerado e predatório.
Os esforços de convencimento dos ambientalistas começaram a reverberar com maior consistência a partir da segunda metade do século 20, de início timidamente, arregimentando a consciência das pessoas e levando ao engajamento de inúmeras organizações não governamentais ao redor do mundo. A II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada em 1992 no Rio de Janeiro, foi um marco de transformação, tendo como principal tema a discussão sobre o desenvolvimento sustentável e sobre como de reverter o processo de degradação ambiental. Conhecida mundialmente como Rio 92, a conferência foi a maior reunião de chefes de Estado da história da humanidade tentando buscar soluções para o desenvolvimento sustentável das populações mais carentes do planeta. Foi deste encontro que sairam convenções, acordos e protocolos, como a Agenda 21, que comprometia as nações signatárias a adotar métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica, criando um Fundo para o Meio Ambiente, para ser o suporte financeiro das metas fixadas.
Agora o mundo se prepara para um novo encontro, em dezembro, com a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague. O objetivo desta feita é estabelecer intenções de redução de emissão de carbono na atmosfera, através de protocolos assinados por todos os países. As reuniões preparatórias já acontecem e o Brasil já tomou posição política para o evento, anunciado a meta de redução das emissões entre 38% e 42%, a partir principalmente de políticas que evitem o desmatamento da Amazônia, a economia agropecuária, sistemas de geração de energia e a substituição de combustíveis poluentes.
Importante no processo é a política de projetar o compromisso de reduzir os danos ambientais. Mesmo que os percentuais anunciados revelem apenas a meta de diminuir impactos futuros - em verdade, a intenção é poluir 40% menos do que se projeta para o período, não necessariamente uma redução dos atuais índices - o Brasil se esforça por se apresentar de maneira coerente e responsável em pauta que assume caráter prioritário na política entre as nações.
Outros países preparam também seus discursos de impacto e preocupação com o meio ambiente. As atenções especiais, no entanto, estarão focadas exatamente na equação do desenvolvimento econômico e a capacidade de dar um caráter de sustentabilidade, esse sim o principal tema de um encontro que visa estabelecer barreiras ambientalistas à sanha de crescimento a qualquer custo.
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