Vejo-te, Anita, com teus sapatinhos de cristal, percorrendo um céu sem dimensão. E me fico a perguntar:
- Em que estrela, em que nuvem, em que oásis, tu te escondes, a brincar como ingênua menina entre diáfanos seres do além?
- Em que estrela, em que nuvem, em que oásis, tu te escondes, a brincar como ingênua menina entre diáfanos seres do além?
Passas sorrindo, passas cantando, e eu não te alcanço na vastidão das alturas. De repente dois pingos cintilantes iluminam uma terra ao deus dará das muitas dores. Um véu te cobre agora apenas à forma de um corpo que passou da matéria para a espiritualidade. E corres daqui para acolá, cantarolando, em suaves murmúrios, hosanas ao Senhor. E há um coro de anjos que te acompanha nessa caminhada de luz, nesse vaivém de passos que vem e que vão, sem dizer para onde, sem se deterem na imensidão de um mundo novo, redescoberto pela pureza de tua alma, e alcançado apenas pelos que transformam espaços sombrios em jardins de esperança .
Silêncio! O céu despenca em chuvas. E traz, em suas águas cristalinas, a dor de tantas ausências. E quem disse que dos teus não sentes saudades também? E quem disse que não trazes dentro de ti esta certeza de que um dia todos nos encontraremos, que a morte é vida para quem crê no amanhã...
Silêncio! O céu despenca em chuvas. E traz, em suas águas cristalinas, a dor de tantas ausências. E quem disse que dos teus não sentes saudades também? E quem disse que não trazes dentro de ti esta certeza de que um dia todos nos encontraremos, que a morte é vida para quem crê no amanhã...
(Texto de Arita Damasceno Pettená para a nossa Anita, "sob forte emoção, dentro das minhas longas noites de insônia")
Um comentário:
O texto poético, sensível e encantado sempre nos traz uma nova possibilidade de olhar.
Muito lindo!
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