segunda-feira, 22 de junho de 2009

The End


Uma pausa para descanso, reflexão, avaliação.
Até mais, meus queridos leitores!


And in the end,
The love you take
Is equal to
The love you make


(The End, Lennon/McCartney)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Hazy Shade Of Winter

Time Time Time
See what's become of me
While I looked around for my possibilities
I was so hard to please

But look around,
The leaves are brown
And the sky is a hazy shade of winter

Hear the Salvation Army band
Down by the riverside
Its bound to be a better ride
Than what you got planned

Carry your cup in your hand
And look around you
Leaves are brown now
And the sky is a hazy shade of winter

Hang on to your hopes my friend
Thats an easy thing to say
But if your hopes should pass away
Simply pretend that you can build them again

Look around
Grass is high
The fields are ripe
Its the springtime of my life

Ooooh, seasons change with the scenery
Weaving time in a tapestry
Won't you stop and remember me
And at a convenient time

Funny how my memory skips
While looking over manuscripts
Of unpublished rhyme
Drinking my vodka and rhyme

I look around
Leaves are brown now
And the sky is a hazy shade of winter

(Hazy Shade Of Winter, Simon & Garfunkel)

Infindáveis escândalos

Parece infindável o corolário de denúncias contra a classe política brasileira. Quando se pensa que o comportamento de grande parte dos políticos chegou ao limite do tolerável, nas raias externas da ética e da honestidade, surgem novos fatos que aprofundam a indignação da sociedade que se sente atada e na expectativa de que o Judiciário cumpra suas atribuições. O risco que se corre é que a impunidade passe a ser a regra e aumente o fosso que separa a sociedade e esta classe que se outorga direitos e benefícios no distanciamento da realidade do País.

O assunto da vez é a manobra imoral do Senado de nomear parentes, amigos e autorizar aumento de salários e despesas sem dar publicidade dos atos, criando uma autêntica caixa preta inacessível que escamoteia da sociedade informações que constrangem os envolvidos. Foram cerca de 300 atos administrativos que ocorreram durante a gestão do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, e que não passaram pelos procedimentos normais de transparência, incluindo a nomeação do neto do presidente do Senado José Sarney no início de 2007 a um salário mensal de R$ 7.600,00.

Este não é apenas mais um escândalo na extensa fila que se vem relacionando há tempos. Expõe artimanha certamente perpetrada nos bastidores do Congresso para dissimular o que os cidadãos não querem mais tolerar. Através do mecanismo de boletins extras, consegue-se tirar do foco as nomeações, aumentos de salários e mesmo a reversão de decisões de contenção de despesas, como um ato de apenas seis linhas que em outubro do ano passado liberou o pagamento de horas-extras a cerca de 800 assessores do gabinete de senadores, acabando com os limites criados e restabelecendo a farra do pagamento.

A verdadeira caixa preta do Senado guarda todos os desvios de comportamento, os atos ilícitos que vêm sendo perpetrados contra a Nação, os abusos que se tornaram corriqueiros de uma forma que mancha a República. O Brasil não aceita mais tanto descalabro e impunidade. É importante que os homens públicos comecem a pagar pelos seus erros de forma implacável e exemplar, para resgatar nos cidadãos a confiança no sistema democrático e na ordem institucional. É preciso revelar com constância e obstinação todos os erros, orientar os eleitores, criar filtros que afastem da vida pública tudo o que representam estes párias da sociedade que se travestem de políticos empossados.

(Correio Popular, 12/6)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sinal ocupado para protesto na Telefônica

Os tempos modernos são caracterizados por uma profunda transformação nas comunicações. Recursos antes inimagináveis, ou presentes apenas nas páginas de ficção, se fazem presentes no dia a dia da pessoas, quebrando barreiras, encurtando distâncias, aproximando pessoas e criando novos modelos de negócios e comportamentos. A revolução digital é uma realidade, impulsionando o mundo moderno rumo a um tempo onde as transformações trafegam por fibras óticas e ondas de tecnologia.
No Brasil, a chegada dos avanços tecnológicos coincidiu com uma reviravolta em todos os setores, aplicando-se o conceito de uma economia liberal no final do século passado, a abertura de um mercado para importação de bens, materiais e serviços, fomentando uma realidade que se foi desenhando com os reflexos notados. Um dos setores mais sensíveis foi justamente o de telefonia, agitado pela invasão de operadoras internacionais que estenderam seus tentáculos para o hemisfério Sul.


Os serviços telefônicos brasileiros sempre foram críticos. Na segunda metade do século passado, a evolução foi mínima, salvo um pico de investimentos perto dos anos 70 que introduziu um sistema de comunicação nacional com a abertura da Discagem Direta à Distância, a maior revolução do setor. O falido sistema da antiga Telesp, no Estado de São Paulo, não conseguia transformar as ações preferenciais em investimentos que suportassem a demanda por novas linhas. A estrutura deficiente levou a um processo demasiado lento de expansão em relação ao ritmo de desenvolvimento do País, desenvolvendo um mercado paralelo de linhas com valores cotados em dólar.

A entrada da telefonia celular e as operadoras internacionais trouxeram alento ao setor, com investimentos maciços e tecnologia que representou avanço. Mas o decorrer do tempo trouxe outros problemas. Com a expansão do mercado e número de aparelhos implantados, o serviços de proteção ao consumidor foram alinhando queixas e reclamações das empresas do setor, em infindável calvário para os clientes que alegam falta de suporte de uma estrutura que, em verdade, é terceirizada.

O apagão de terça-feira que deixou várias cidades de São Paulo sem linhas fixas da Telefônica por cerca de duas horas, em alguns casos se estendendo pelo período da tarde, poderia ser apenas um incidente grave na medida dos prejuízos imputados a quem depende de telefone. Mas a insistência como a empresa se coloca como fonte de problemas e aborrecimentos potencializou a irritação e indignação dos clientes.

A operadora recebeu prazo de cinco dias para explicar a razão da pane no sistema e a forma de ressarcir os prejuízos. O Procon alerta que aqueles que se sentirem prejudicados devem acionar a Justiça por perdas e danos, um passo que, antecipadamente, sabe-se que terá alto custo, prazo longo para ser julgado e a improbabilidade de comprovar o valor real do prejuízo. Seja como for, mais uma vez o problema vai sair barato para a Telefônica e as linhas de reclamação permanecerão ocupadas.


(Correio Popular, 11/6)

Coming Around Again


Baby sneezes
Mommy pleases
Daddy breezes in
So good on paper
So romantic
But so bewildering

I know nothing stays the same
But if you're willing to play the game
It's coming around again

So don't mind if I fall apart
There's more room in a broken heart
You pay the grocer
ix the toaster
Kiss the host Good-bye
Then you break a window
Burn the Soufflé
Scream a lullaby
I know nothing stays the same
But if you're willing to play the game
It's coming around again

So don't mind if I fall apart
There's more room in a broken heart
And I believe in love
But, what else can I do?
I'm so in love with youI know nothing stays the same
But if you're willing to play the game
It will be coming around again

Baby sneezes (I believe in love)
Mommy pleases (I believe in love)
Daddy breezes in (I believe in love)
I know nothing stays the same
But if you're willing to play the game
It will be coming around again

(Coming Around Again, Carly Simon)

Acontecendo Novamente

O bebê espirra
A mamãe agrada
Papai entra de repente
É tudo tão bom na teoria
Tão romântico
Mas tão assustador

Eu sei que nada permanece a mesma coisa
Mas se você estiver com vontade
Tudo pode acontecer novamente
Então não se importe se eu cair aos pedaços
Pois há mais espaço em um coração partido

Você paga o vendedor
Conserta a torradeira
Dá um beijo de adeus nas vistas
Então você quebra aí uma janela
Queima o suflê
E grita uma canção de ninar

Eu sei que nada fica do mesmo jeito
Mas se você estiver disposto
Podemos começar tudo novamente
Então não se importe se eu cair aos pedaços
Pois há mais espaço num coração partido
E eu acredito no amor

Mas o que mais posso fazer
Eu estou tão apaixonada por você
Eu sei que nada fica a mesma coisa
Mas se você estiver com vontade
Podemos começar tudo novamente




terça-feira, 9 de junho de 2009

Predadores clandestinos


As dificuldades impostas por um país em processo de desenvolvimento exigem que seus cidadãos busquem alternativas de renda, lançando-se muitas vezes no mercado informal com as ferramentas disponíveis, improvisando estrutura, condições de trabalho, administração de recursos, que levam invariavelmente a um quadro de ilegalidade. Cabe aos governos estabelecer as condições de incorporação do mercado paralelo na economia formal, tutelando as atividades e estabelecendo normas que resguardem o direito da população.

Em alguns casos, a informalidade é apenas uma metáfora para uma atividade completamente irregular, não apenas no aspecto tributário, mas envolvendo falta de garantias em segurança, em preservação de direitos, afrontando a legislação e os direitos elementares de consumidores e clientes. É o caso do funcionamento de um serviço paralelo de transporte de passageiros entre Campinas e São Paulo, flagrado em reportagem publicada no Correio Popular na sexta-feira. Aliciando viajantes no entorno da rodoviária, o grupo oferece levar pessoas em veículos não homologados, com uma tarifa inferior à praticada pela empresas de viação regulares.

As atividades econômicas sempre devem ser regidas por regras que possam garantir a qualidade do serviço prestado ou do produto oferecido, dentro de parâmetros estabelecidos pela sociedade que se protege contra a produção predatória, os riscos inerentes de atividades não regulamentadas e oportunistas que driblam a legalidade para exploração da boa fé dos consumidores e clientes.

Hino do Colégio Marista de Santos

Tendo os olhos pro’alto voltados,
Para o céu inundado de luz,
Sobre os ombros levando alentados
Pela fé de cristãos e soldados,
O madeiro glorioso da Cruz.

Qual falange por Deus conduzida,
Palpitando num só coração
Pela pátria daremos a vida,
Pela terra formosa e querida
Que nos cobre com seu pavilhão.

Conservando no peito a coragem
De quem sabe lutar e vencer,
De quem nunca rendeu vassalagem
Ao direito da força selvagem,
Mas somente à justiça e ao dever.

Revivendo o ideal do Marista,
Como filhos do Pai Champagnat,
Lutaremos em prol da conquista
Da humildade e modéstia marista,V
endo o exemplo que a virgem nos dá.

Tendo diante de nós desfraldada
A bandeira do nosso Brasil.
Adejando no espaço, beijada
Pelos raios do sol, bafejada
Pelas auras de um céu cor de anil.

(Ir. Mário Marciano)

A lição tirada das escolas

O patrimônio cultural de uma comunidade é expressado pelas ações de seus membros, desenvolvido na construção de uma sociedade ativa e empreendedora, criando vínculos que vão sendo repassado às gerações futuras através de seus elementos históricos presentes. O acervo de cada nação é a sua própria identidade que se manifesta nos comportamentos, nas relações pessoais, determinando as trilhas do desenvolvimento corporativo e comunitário.

O conjunto arquitetônico dos municípios é importante documento da história e cultura, testemunhando e evolução através dos tempos e estabelecendo marcos de relação com a economia, os hábitos, o cabedal de influências que determinaram a situação atual, as razões de sucesso ou atraso de cada região. Uma sociedade que valoriza seu passado e mantêm seu patrimônio físico preservado se permite fazer leituras culturais que podem alimentar a autoestima da população, embasar políticas públicas, estabelecer códigos morais e de cidadania compatíveis com a vocação local.

Um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos são os prédios escolares, que espelham as principais tendências de cada época, guardam importantes histórias pessoais e são para a maioria das pessoas uma referência da própria educação. A memória é mantida na relação visual das pessoas com seu passado, guardando uma salutar revivescência de experiências que são passadas de geração a geração, mantendo vivos ideais e propósitos sociais que se solidificam pelos costumes e tradições.

domingo, 7 de junho de 2009

Old friends

Old Friends
Old Friends
Sat on their park bench like bookends
Newspaper blowin' through the grass
Falls on the round toes
Of the high shoes
Of the old friends

Old Friends
Winter companions the old men
Lost in thier overcoats
Waiting for the sunset

The sounds of the city sifting through trees
Settle like dust
On the shoulders of the old friends

Can you imagine us years from today
Sharing a park bench quietly?
How terribly strange to be seventy...

Old Friends
Narrowly brushes the same years
Silently sharing the same fear

A time it was
It was a time
A time of innocence
A time of confidences

Long ago it must be
I have a photograph
Preserve your memories
They're all that's left you
(Old Friends/Bookends, Simon & Garfunkel)

Velhos amigos
Velhos amigos
Sentavam-se em seu banco de praça como num final de livro
Um jornal voando pela grama
Cai nas pontas arredondadas
Dos sapatos caros
Dos velhos amigos

Velhos amigos
O inverno acompanha os velhos
Perdidos em seus sobretudos
Esperando pelo pôr-do-sol

Os sons da cidade trespassando as árvores
Pousando como poeira
Nos ombros dos velhos amigos

Você pode nos imaginar daqui a anos
Dividindo um banco de praça tacitamente?
Qual terrivelmente estranho é ter 70 anos...

Velhos amigos
Movem-se juntos pelos mesmos anos
Compartilhando em silêncio o mesmo medo

Uma época se foi
Foi-se uma época
Uma época de inocência
Uma época de confiança

Deve ter sido há muito tempo
Eu guardo uma foto
Preserve suas memórias
Elas são tudo o que resta de você

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Um dia para refletir sobre o ambiente


A questão ambiental está presente em todas as decisões institucionais, empresariais e sociais, não dispensando importância na agenda dos governantes e empreendedores. Mais do que uma pauta altamente relevante, o meio ambiente é hoje assunto que permeia projetos de economia, desenvolvimento, saúde pública, segurança e sustentabilidade. É cada vez mais complexa a ingerência das medidas preservacionistas e de compensação em todo movimento evolutivo, exigindo que administradores e governantes estejam atentos à extensa legislação que vai sendo costurada na medida do agravamento da situação mundial.

O Dia do Meio Ambiente, celebrado hoje em todo o mundo, é um marco que estabelece um novo padrão de políticas para a sociedade, propondo uma relacionamento de harmonia entre o crescimento das nações e a natureza, tendo como principal escopo a preservação dos recursos do ambiente e sua gradativa recuperação. O mundo está atento às transformações registradas no gradiente térmico, nos mananciais, nas cifras do desmatamento global, na poluição do ar, suscitando preocupação que se traduz em vários protocolos que são colocados para a comunidade internacional.

Desde os primeiros exploradores, a observação da flora e fauna revelava a eterna curiosidade do ser humano sobre o seu ambiente, reproduzido em formas, sons e cores como retratos da humanidade tentando entender o seu entorno e como se pode interagir com o meio sem agressão e prejuízo da qualidade de vida. Por todo o mundo, as iniciativas em favor do meio ambiente se multiplicam em políticas de sustentabilidade e recuperação, com verdadeiros exemplo de cidadania, propondo alternativas em todos os níveis. Em maior ou menor escala, cada projeto interfere positivamente no meio, criando propostas de abordagem de profundidade técnica e de aplicação pragmática.

O discurso ecológico teve o dom de lançar um comportamento consciente em relação ao meio ambiente. Multiplicam-se iniciativas e estudos elementares entre jovens estudantes, desenvolvendo uma nova geração forjada na perspectiva de apoio à causa ambiental. Abrem-se salas de estudo e especializações, dando o dom científico exigido para o cumprimento da lei, inclusive com a criação de profissões que espelham a necessidade de especialização na área.

A história mostra o ser humano como severo predador de seu habitat, relutante em estabelecer políticas de recomposição e adaptação, vencido em sua própria sanha. Cabe à consciência de autopreservação e o respeito ao meio ambiente ditar as normas e comportamentos para o futuro em nome da própria sobrevivência da humanidade.

(Correio Popular, 5/6)

Planeta Água


Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...

Águas escuras dos rios
Que levam
A fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas
Ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos...

Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão...

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris
Sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas
Na inundação...

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água

(Planeta Água, Guilherme Arantes)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Quando se imaginava que a crise instituída entre a Administração municipal e os servidores municipais de Campinas começaria a dar sinais de desgaste, no caminho de um acordo que pudesse contemplar a expectativa do funcionalismo e as possibilidades de caixa da Prefeitura, uma inusitada perspectiva foi lançada ontem com a radicalização dos discursos, a intransigência dos manifestantes e o clima de violência que não se poderia esperar a essa altura dos acontecimentos.

Atropelando o bom senso e as considerações de segurança, os líderes sindicais levaram o protesto às portas do Paço Municipal, invadindo espaços vetados pela Justiça e exigindo a ação policial para impedir o abuso. As agressões mostram um movimento sem controle, sem foco, articulado ao sabor das conveniências e de interesses que aos poucos vão se tornando mais claros quanto mais radical se torna o discurso de palanque. O confronto aberto a que foi jogada a greve dos servidores é surpreendente por ocorrer em momento em que se julgava a caminho de uma negociação mais serena e ponderada entre as partes.

Na segunda-feira, as lideranças sindicais saíram da rodada de debates com espíritos desarmados e a firme intenção de colocar a discussão sobre os reajustes salariais em um novo patamar. As manifestações faziam crer que se abria uma janela possível para resolver o impasse levantado a partir do confronto de interesses, do porcentual de aumento colocado à mesa de negociações e das limitações legais e orçamentárias que norteiam a discussão. Em inesperada reviravolta, a corrente tomou a direção contrária, antagonizando as partes e levantando novas barreiras de forte conotação política. Em lugar de avanços na definição de porcentuais de reajuste, a agressão e a tentativa de intimidação.

Todo processo de radicalização em negociações embute conceitos extremos, como a absoluta intransigência provocada por ignorância ou pela elocubração de um discurso finamente preparado para atingir objetivos nem sempre claros à primeira vista. Quando o argumento se fundamenta em contradições, a impressão que se tem é que a dialética se faz presente de uma forma articulada, que pressente a utilização de grupos como massa de manobra.

Os novos fatos levam à reflexão dos interesses políticos embutidos no movimento. O conflito registrado ontem mostra que os grevistas abandonam seu princípio elementar, desconsideram medidas judiciais, o bom senso, a negociação e o direito dos cidadãos. O interesse da sociedade e a questão salarial passam a segundo plano para dar lugar a um processo de desabono, tendo como mola-mestra o oportunismo político.

As respostas que devem ser procuradas agora estão nas mãos dos verdadeiros interessados em criar um clima de animosidade. O que está em jogo parece estar acima de uma mera contrapartida salarial. Os fatos colocados à mesa suscitam dúvida que ocorre a todos que acompanham o movimento: a quem, afinal, interessa a greve?

(Correio Popular, 3/6 -foto Carlos Bassan/AAN)

I Still Haven't Found What I'm Looking For

I have climbed the highest mountains
I have run through the fields
Only to be with you

I have run I have crawled
I have scaled
these city walls
Only to be with you

But I still haven't found
What I'm looking for

I have kissed honey lips
Felt the healing in her fingertips
It burned like fire
This burning desire

I have spoke with the tongue of angels
I have held the hand of the devil
It was warm in the night
I was cold as a stone

I believe in the Kingdom Come
Then all the colours will
bleed into one

But yes I'm still running
You broke the bonds and you loosed the chains
You carried the cross
And my shame
You know I believe it


Eu Ainda Não Encontrei O Que Estou Procurando

Eu escalei as montanhas mais altas
Eu corri através dos campos
Só para estar com você

Eu corri, eu rastejei
Eu escalei os muros da cidade
Estes muros da cidade
Só para estar com você

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu beijei lábios de mel
Senti a cura na ponta dos dedos dela
Queimou como fogo
Esse desejo ardente

Eu falei com a língua dos anjos
Eu segurei a mão do demônio
Estava quente à noite
Eu estava frio como uma pedra..

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu acredito na vinda do Reino
Etão todas as cores
Irão filtrar-se em apenas uma
Mas sim, eu ainda estou correndo

Você quebrou os laços, soltou as correntes
Você carregou a cruz
E a minha vergonha
Você sabe que eu acredito nisso

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

(I Still Haven't Found What I'm Looking For,U2)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sinais de recuperação da crise

O mundo foi surpreendido de forma abrupta no segundo semestre do ano passado com a deflagração da grave crise econômica internacional, que lançou sombrias previsões para o futuro, deixando um lastro de preocupação e indefinições que afetaram em maior ou menor escala todos os setores. A ruptura da lógica do mercado financeiro e a exposta fragilidade do sistema vieram como torrentes de dúvidas e dívidas que afetaram o equilíbrio capitalista.

Foi preciso a rápida intervenção dos governos sobre o liberalismo econômico para dominar uma fera destruidora, sem que as lições pudessem ter sido apreendidas. No total, estima-se a colocação no mercado de US$ 2,2 trilhões através da emissão de moeda que alimentaram o apetite especulador, repôs os ativos desmoronados com a crise e trouxeram algum alívio à pressão que levava à severa restrição de créditos e afetava gravemente os setores produtivos.
Mesmo com efeitos facilmente detectáveis, até pouco tempo não se conseguia dimensionar a extensão dos prejuízos e a profundidade com que as empresas seriam afetadas pela volatilidade dos negócios.

Aos poucos, depois de nove meses de incertezas e perplexidade, as nuvens do pessimismo vão aos poucos de diluindo e é possível divisar os primeiros sinais dos escombros provocados e dos indicadores de recuperação que surgem ali e acolá. Para o Brasil, as perspectivas são amenas. Os resultados obtidos na negociação de commodities, a retomada de investimentos estrangeiros e o fortalecimento do mercado doméstico fazem surgir claros sinais de vitalidade, com a recuperação de ativos na Bovespa, a valorização do Real frente ao dólar e resultados expressivos em vários setores estratégicos.

A surpreendente recuperação da Bolsa de Valores, por refletir o humor do mercado de investimentos, sinaliza para um tempo de recuperação de perdas. A liberação de crédito também é atestado da confiança na estabilidade futura. Ao anunciar linha de financiamento de automóveis em até 80 meses, o sistema bancário restabelece a confiança e fortalece um setor essencial na economia que tem importante ancoragem na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Os indicadores de empregos e a vitalidade do setor da construção civil, aliados aos primeiros saldos positivos nas exportações, mostram que a força regional deve prevalecer nos próximos meses.

Mesmo assim, a prudência, nestes casos de instabilidade, é uma ótima receita. Evidentemente que todas as intervenções no sistema inconsequente e no fluxo do capital especulativo terão consequências e custos a serem pagos no futuro. O alto preço da irresponsabilidade ainda está sendo auferido e poderá vir na forma de confronto entre desenvolvimento e inflação que afetarão provavelmente as nações mais fortes. Basta relevar que os ventos que trouxeram a crise também serviram para estufar algumas velas.

(Correio Popular, 1/6)

Don't worry, be happy


Here's a little song I wrote
You might want to sing it note for note
Don't worry, be happy

In every life we have some trouble
But when you worry you make it double
Don't worry, be happy

Don't worry, be happy now
Oo, ooo...

Ain't got no place to lay your head
Somebody came and took your bed
Don't worry, be happy

The land-lord say your rent is late
He may have to litigate
Don't worry, be happy

Look at me, I'm happy
Don't worry... be happy

let me give you my phone number
when you worry, call me I will make you happy
Don't worry, be happy

Ain't got no cash, ain't got no style
Ain't got no girl to make you smile
Don't worry, be happy

'Cause when you worry your face will frown
And that will bring everybody down
So don't worry, be happy

Let the smile on your face
Don't bring everybody down like this
Don't worry, people will soon pass
what ever it is

Don't worry, be happy
I am not worried, "I am happy"

(Don't worry, be happy, Bobby McFerrin)

Não Se Preocupe, Seja Feliz

Aqui está uma pequena canção que escrevi
Talvez você queira cantá-la nota por nota
Não se preocupe, seja feliz

Em toda vida existem problemas
Mas enquanto se preocupa você os duplica
Não se preocupe, seja feliz

Não há lugar onde descansar a cabeça
Alguém veio e levou sua cama
Não se preocupe, seja feliz

Seu senhorio diz que o aluguel atrasou
Ele terá que questionar em juízo
Não se preocupe, seja feliz

Veja como estou feliz
Não se preocupe, seja feliz

Aqui está meu telefone
Me ligue quando se preocupar
Não se preocupe
Seja feliz

Não tem dinheiro e nem estilo
Não tem garota para fazê-lo sorrir
Não se preocupe, seja feliz

Pois quando você se preocupa
Seu rosto enruga
E isso deixará
Todos deprimidos
Todos deprimidos

Seja feliz, ponha um sorriso
Em seu rosto não deprima a todos
Não se preocupe, seja feliz
Não importando o problema
Isso passará, não se preocupe

Seja feliz, eu não estou preocupado






segunda-feira, 1 de junho de 2009

Omissão do poder público na assistência


A sociedade procura se organizar de todas as formas para promover o equilíbrio social e promover ações de atendimento a todas as demandas de seus membros, com a distribuição de benefícios em doses equânimes. A responsabilidade do Estado é direcionada a todos os setores que sustentam a base do tratamento dos cidadãos, oferecendo os instrumentos de realização, ganhos e assistência. Aí sem enquadram as providências essenciais em saúde, educação, segurança, trabalho, transporte, habitação, emprego e bem estar social.

O poder público é, de maneira geral, inadimplente em vários quesitos de responsabilidade, sendo omisso em situações dramáticas que, no mais das vezes, são resolvidas a partir da mobilização da sociedade civil, instada a agir por conta própria, levantando recursos que se somam às curtas verbas oficiais par a manutenção de entidades e instituições que se dedicam a suprir as mais elementares necessidades humanas.

O caso de um jovem de Sumaré mantido enjaulado pela própria família que reconheceu não ter a menor condição de cuidar dele, traz à tona o absurdo de um poder público incapaz de oferecer alternativas de atendimento em caso de comprovada gravidade e onde a assistência médica e social se faz premente. Com problemas mentais que dificultam a comunicação e a convivência mesmo com familiares, o jovem era mantido isolado da casa em condições subumanas, mal contendo a violência de alguém que não pode ser responsabilizado pelos seus atos.

No caso, a família fez o que estava ao seu alcance. Incapaz de manter o doente medicado e sob cuidados constantes, buscou o auxílio público, pediu pelo internamento do jovem, apelou para a Secretaria de Saúde, pesquisou alternativas onde não havia. E a única resposta que obteve foi não. O caso do jovem Zaqueu sofreu uma reviravolta a partir da intervenção de força policial e da situação vir a público. Uma instituição ofereceu seus préstimos e acolheu o rapaz, ainda que em condição provisória.

A situação extrema não é fato isolado. Muitas famílias carregam o carma de ter em seu meio pessoas em condição de assistência e não encontram recursos, orientação e apoio necessários. Não é aceitável que o poder público não tenha portas abertas para este trabalho mínimo de suporte à população. É cruel condenar crianças, idosos, doentes e pessoas com deficiência ou vítimas de dependência a uma existência sem dignidade, sem o direito de receber cuidados e oportunidade de tornarem-se cidadãos integrais e úteis. Enquanto houver instituições que trazem a si a responsabilidade de agirem, cobrindo as amplas lacunas da saúde pública, haverá uma perspectiva alentadora, ao menos até que o Estado se revista da sua função social e passe a dotar o setor da infraestrutura mínima que atenda à população de todos os níveis.

(Correio Popular, 30/5)

Pedaço de mim

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

(Pedaço de Mim, Chico Buarque)